Técnica de Toriki -
Técnica de Toriki – Alporquia e Segmentação.
Apesar de estas técnicas serem consideradas distintas, elas bem poderiam ser consideradas como uma só técnica, pois ambas consistem em induzir um determinado ramo a desenvolver raízes enquanto ainda é parte da árvore. Das duas técnicas a Alporquia é a mais utilizada por bonsaítas por dá um bonsai em um curto período de tempo.
Após o aprendizado a técnica se tornará tão fascinante, que você se pegará por vezes olhando para ás árvores imaginando qual seria o melhor lugar para se fazer um Alporque visando ter um belo bonsai. Principalmente para aquelas árvores que você sempre teve vontade de ter e nunca encontrou uma muda que pudesse ser transformada em Bonsai.
Apesar de ser uma excelente técnica de propagação ela tem seus limites. Troncos muito Grossos, velhos ou mesmo algumas espécies não desenvolverão raízes ou demorarão demasiado muito para que se espere.
Algumas vantagens que a Alporquia nos oferece:
- Obter material de boa qualidade e boa grossura de tronco.
- Aproveitar partes de ótima qualidade que será eliminada de um bonsai.
- Corrigir quando o primeiro galho esta localizado alto de mais comprometendo o tashiagari.
- Obtenção de clones idênticos a matriz.
A Alporquia é uma técnica usada em grande escala por cultivadores comerciais de bonsai no Japão, nos Estados Unidos e na Europa, esses dois últimos, em menores proporções devido à rápida exaustão das matrizes.
Essa é uma técnica que tem origem na china antes da era TANG a cerca de 1500 anos.
Por que se fazer Alporquia?
- É possível aproveitar uma árvore que tenha excelentes características, mais que tenha um tronco muito alto. A Alporquia feita na altura certa eliminaria esse problema.
- O ramo escolhido para a Alporquia pode ser trabalhado enquanto ainda faz parte da planta mãe. Com isso o tempo para a obtenção de um belo bonsai será encurtado.
- Espécies difíceis de multiplicar por estacas poderão ser multiplicada com essa técnica.
- Espécies difíceis de encontrar a venda em viveiros comerciais poderão ser multiplicadas.
- Esconder defeitos graves no tronco. Ex: Árvores com o enxerto feito muito alto no tronco poderá ser forçada a emitir raízes logo abaixo do ponto do enxerto, fazendo com que a cicatriz do mesmo fique abaixo ou rente ao solo.
- Para melhorar a aparência do nebari.
- Para corrigir erros graves no sistema de raízes que de outra forma impediriam a árvore de ser transformada em um belo bonsai.
- Formar bonsai em um curto espaço de tempo.
- Obter mais de um Bonsai de um mesmo ramo.
- Obter uma muda com uma notável espessura de tronco.
- Na formação de árvores de Troncos Múltiplos e mudas de excelente qualidade e diferente espessura para a formação de Florestas.
Como executar a Técnica.
Deixe de molho por algumas horas em uma solução contendo algum tipo de hormônio enraízador (ácido indolbutírico) ou vitamina B, esfragno (musgo) suficiente para envolver todo o local escolhido para se fazer a Alporquia.
Com um canivete afiado retire cerca de 3 ou 5 cm de casca do ramo logo abaixo do ponto escolhido para ser à base do bonsai (anel de Malpighi).
As raízes serão emitidas na parte superior deste corte. Portanto esse corte deve ser imediatamente abaixo de um nó (local onde houve uma folha) neste lugar há uma maior concentração de AIA* (ácido-indol-acético), ácido responsável pelo desenvolvimento das novas raízes. Apanhe o musgo e esprema-o para que elimine um pouco de água, envolva toda a área descascada com ele.
Cubra todo o local com um plástico transparente, filme de PVC e excelente para isso. Amarre as extremidades caso use plástico comum. Tome o cuidado de não deixar que o musgo fique muito Souto, caso note que isso ocorreu envolva a massa formada com algumas voltas de barbante para que fique firme.
- A massa formada com musgo deverá ter o dobro da espessura do ramo antes que este tenha sido descascado.
- Cubra toda massa envolta com o filme de PVC, com um plástico preto. Motivo: A luz impede o desenvolvimento das raízes. Também será responsável por aquecer toda a massa o que ajuda na formação das novas raízes. Este plástico deve ser amarado separadamente para que de vez em quando o retiremos para ver se já temos um bom desenvolvimento de raízes.
Quando notar o surgimento das primeiras raízes faça alguns furos no filme para que o ar circule mais facilmente pelo musgo, isso ajudará as raízes se desenvolverem mais rapidamente.
Alguns costumam deixar a parte superior do Alporque aberto para colher a água das chuvas e regas mais esse método Dara maior trabalho em evitar que o musgo seque.
Alguns Bonsaítas colocam vasos de PVC preso no ramo logo abaixo do Alporque e preenche este com areia grossa ou mesmo musgo, ambos dão bons resultados, porém exige do Bonsaísta uma maior vigilância sobre o Alporque, caso o musgo seque completamente as raízes se perderão.
*AIA - Ácido-indol-acético é a mais comum das auxinas, os mais importantes fitormônios existentes nas plantas. O AIA é uma substancia foto destrutível. Isso significa que a presença de luz inibirá o aparecimento das raízes, caso alguma parte da massa de musgo tome luz poderá provocar uma má formação na distribuição das raízes, conseguintemente teremos uma muda de qualidade inferior com um número muito grande de raízes voltadas para um só lado.
Os cuidados posteriores são simples, nada além de injetar água ou uma solução com vitamina B1 com uma seringa, toda vez que verificarmos que o musgo esteja quase seco.
Xaropes de complexo B costumam atrair formigas para nossa Alporquia, por isso recomendo o uso de comprimidos de Benerva 300mg do laboratório Bayer - cloridrato de tiamina - Á proporção que utilizo são dois comprimidos para 1,5 l água. Amasse bem os comprimidos até que virem pó depois passe no liquidificador com um pouco de água até dissolver acrescente a o restante da água. Algumas pequenas partículas ainda ficaram sem dissolver é normal é a película protetora dos comprimidos - coe para não entupir a agulha da seringa. Guarde em lugar fora do alcance da luz. Outro produto que produz excelente resultado é o SUPERthrive.
Esse método poderá ser usado para todas as espécies que produzem raízes rapidamente, para as espécies que requerem um maior tempo e melhor usar outro método.
Método de torniquete.
Espécies como as coníferas não aceitam bem o método de Alporquia descrito acima. Para elas o método de torniquete que não rompe completamente o fluxo da seiva é empregado com maior sucesso.
Não são poucas as espécies que devemos aplicar esse método. As coníferas exceto os Juníperos só devem ser Alporquizadas dessa forma.
No caso das coníferas levara de seis meses até dois anos para que se possa separar o Alporque da planta mãe. Talvez por esse motivo não seja muito divulgado esse método. Muitas pessoas que já estão cultivando bonsai há algum tempo desconhecem que o Pinheiro Negro japonês pode ser multiplicado dessa forma.
Como Fazer.
O método de torniquete é bem mais simples que o método anterior. Pegue um fio de alumínio de 2,5 mm ou 3 mm de espessura e passe ao redor do tronco cerca de 2,5 cm abaixo do local escolhido para emitir as raízes e que no futuro será à base da planta. Com a torquês na mão torça as duas pontas do arame apertando fortemente o fio na casca da árvore até que o mesmo afunde até a metade de sua espessura formando assim um torniquete.
A partir deste ponto repita todo o processo acima descrito.
Plantio do Ramo Alporquizado.
Algumas pessoas não sabem quando retirar o Alporque e tem medo de que por alguma falha possa perder o trabalho, principalmente se o ramo escolhido for parte de uma árvore muito estimada ou tiver um ótimo potencial para se tornar um bonsai.
Alguns costumam seccionar o galho em duas etapas. Primeiro serra-s o galho até a metade e cerca de um mês depois se corta o galho por inteiro. Alegam que neste período é possível observar se o galho já consegue manter-se com as raízes que possui. Também esse tempo serve para que ele desenvolva uma maior massa de raízes finas para suprir a falta de alimento que o corte proporcionou. Eu não utilizo as duas etapas acima citada, desde que eu possa observar o desenvolvimento das raízes, saberei se há uma boa quantidade delas, deste modo não há necessidade de executar o método de separação, pois saberei se a quantidade de raízes emitida será capaz de manter toda planta viva.
Devesse cortar o galho logo abaixo do local onde houve a emissão de raízes. No caso de ter se usado o método de torniquete, devesse cortar logo acima do fio ou no mesmo local onde o fio foi posto.
Afaste com muito cuidado o musgo para que se possa cortar o galho no local logo abaixo do ponto de emissão das raízes. Use um alicate bola para efetuar melhor essa tarefa. Trate a parte cortada com alguma pasta selante para que esta não apodreça, pois em alguns casos isso poderá estender-se para cima e vir a matar a sua planta em longo prazo.
Plante a muda em uma bacia ou um vaso com uma mistura de solo poroso, próprio para bonsai. Tome o cuidado de amarar a planta para que esta fique firme, isso poderá ser feito usando fios de barbante presos ao lado da bacia. Na hora de efetuar o plantio tome cuidado para não perturbar o musgo a fim de preservar o bom estado das raízes. Comesse a adubação cerca de 40 a 50 dias após o plantio e com adubo pouco concentrado. A muda deverá permanecer por cerca de dois anos neste pote até que seja retirada para a primeira poda de raízes. Neste período poderá ser educada através de poda. Aconselho esperar seis meses para dar início a este trabalho. Alguns Bonsaístas costumam levantar o alporque do vaso antes deste período para observar e corrigir o desenvolvimento das raízes.
Algumas espécies de crescimento acelerado poderão ser plantadas diretamente em um vaso de bonsai e receber sua primeira poda de raízes no primeiro ano como é o caso do fícus. Após um ano em um vaso relativamente pequeno é bem provável que já tenhamos uma bola densa de raízes.
Quando a muda ainda não possui a grossura de tronco que desejamos é preciso que se retarde o plantio no vaso para que o tronco possa ter tempo de engrossar. Plantar a muda diretamente no chão junto com uma boa rotina de rega e adubação produzirá ótimo resultado. Um vaso grande dará um bom resultado apenas levará mais tempo. Lembre-se: nada se compara ao plantio direto no chão.
Não se preocupe com a estética do vaso. Use uma caixa de madeira ou bacias plásticas largas e baixas, lembre-se que a planta não está ali para ser admirada mais para se fortalecer e ser trabalhada até que possa ser levada para um lindo vaso que valorizará todo o seu trabalho. Nesta hora você verá que valeu apena todo o tempo gasto.
Obrigado amigo pelos elogios. Um grande abraço e parabéns pelo Blog.
ResponderExcluirBoa tarde, gostei muito da matéria e estou pretendendo dar início como bonsaista e até comprei um bonsai chamado: manacá da serra e foi a partir dele que me despertou o mosaismo artistico...parabéns a essa matéria.
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